domingo, 10 de abril de 2011
A fuga
Hoje eu acordei meio mal
Com a sensação estranha
Mais acordei a tempo
Vi meus sonhos fugindo pela janela
Corri atrás antes que o vento a fecha-se
Saltei sem pensar na queda
Sai em pleno temporal
Uma chuva torrencial que encharcava minha alma
Olhei para os lados para ver pra onde iam
Vi meus sonhos dobrando a esquina
Talvez estejam desesperados se achando sem saída
Gritei:
- voltem, ainda não vou desistir de vocês
- voltem, vocês são os únicos que me entendem
Não me ouviram
Continuaram seu caminho
Então corri contra o tempo
E ao meu lado meus vinte poucos anos
Que me dizia:
- chega, você deve desistir
- estes sonhos já não cabem mais a você
Nem olhei para trás
Continuei correndo
Com a roupa encharcada
Grudando em meu corpo e se aderindo em mim
Eu corria
E meus sonhos sempre a minha frente
Não conseguia os alcançar
Corri toda cidade
Vivi no limite do meu corpo
Atrás a idade, na frente meus sonhos
Parei
E gritei ao tempo que parasse
Ele pareceu me ouvir
Meus sonhos parados minha idade também
Caminhei até meus sonhos
Os abracei com carinho
E lhes disse:
- aconteça o que acontecer são meus sonhos
Eles pareceram me entender e se aconchegaram em meus braços
Minha idade envergonhada me acompanhou de volta pra casa
Entrei pela janela que ainda estava aberta
Guardei meus sonhos em um lugar seguro e confortável
Mandei minha idade pro banho
E voltei pra cama
E dormi pra esperar o amanha.
Autor: Renato S. Lima
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Lindo...belissimo
ResponderExcluirOlá, passei lendo o seu blogue.
Estou lhe convidando a visitar, o meu. Bem simples, por sinal, e se possivel seguirmos juntos por eles. Estarei grato esperando por voce, lá
Um abraço.